Cosmologia bíblica definida e explicada

De acordo com o Dr. Michael Heiser,

“Cosmologia” refere-se à maneira como entendemos a estrutura do universo. A concepção dos escritores bíblicos de como os céus e a Terra foram estruturados por Deus representa uma cosmologia específica. Os antigos israelitas percebiam o mundo e sua estrutura de forma diferente da nossa hoje.

Para os israelitas, o universo era dividido em três partes:

  1. 1. O reino celestial
  2. 2. O reino terreno
  3. 3. O submundo

É interessante notar que “essas três camadas estão refletidas nos Dez Mandamentos: ‘Não farás para ti imagem de escultura, nem semelhança alguma do que há em cima nos céus, nem embaixo na terra, nem nas águas debaixo da terra’ (Êxodo 20:4).”

Essa estrutura universal forneceu aos antigos israelitas uma estrutura de como ver Deus e a si mesmos dentro da narrativa mais ampla. Vamos dar uma olhada nelas para entender melhor seu papel na cosmologia bíblica.

Os céus

Esse é o reino onde Deus residia, acima do firmamento descrito em Gênesis 1.

Encontramos um entendimento israelita dos céus em Gênesis 1:6-8, que os descreve como uma expansão, com águas acima e abaixo: “E disse Deus: “Haja uma expansão (raqia) no meio das águas, e separe as águas das águas”. . . . E assim foi feito. E Deus chamou a expansão (raqia) de Céu

O firmamento separava os céus da terra. Ele dividia as águas acima das águas abaixo. O firmamento formava a cobertura do que as Escrituras chamam de “círculo da terra”.

O Dr. Heiser escreve em seu livro I Dare You Not to Bore Me with the Bible (Eu desafio você a não me aborrecer com a Bíblia):

A cúpula do firmamento circundava a Terra, com sua borda encontrando-se no horizonte – “o limite entre a luz e as trevas” (Jó 26:10). Era sustentada por “pilares” ou “fundações”, que se pensava serem os topos das montanhas, cujos picos pareciam tocar o céu. Os céus tinham portas e janelas pelas quais a chuva ou as águas do alto podiam fluir sobre a terra a partir de seus depósitos (Gn 7:11; 8:2; Sl 78:23; 33:7).

Para os antigos israelitas, os céus eram onde Deus residia e governava como Criador. O firmamento fornecia as linhas de fronteira para a Terra que os israelitas habitavam.

A Terra

Esse era o mundo natural onde os seres humanos residiam. O lugar onde Deus criou uma família de portadores de imagens para governar e reinar, começando em um jardim e se estendendo pelo resto da Terra. Além disso, os antigos israelitas acreditavam que a Terra estava assentada sobre um abismo aquoso, sustentada por pilares e alicerces. Ele colocou a Terra em seus alicerces para que nunca fosse movida. Aqui, na Terra, foi onde Deus iniciou Sua criação no mundo natural, e aqui é o lugar onde o pecado entraria na narrativa bíblica, com seus efeitos sendo sentidos até hoje.

O submundo

Esse lugar era reservado para os mortos.

O termo mais frequente para esse lugar era Sheol (Pv 9:18; Sl 6:4-5; 18:4-5). A palavra para “terra” (erets) também é usada – as sepulturas cavadas por humanos representavam portas de entrada para o submundo. Em Jó, o reino dos mortos é descrito em termos aquosos: Os mortos tremem sob as águas e seus habitantes.

No Submundo ou Sheol, as almas daqueles que haviam falecido residiam na escuridão. Além disso, esse seria o lugar onde Cristo desceu para proclamar as Boas Novas, libertando os cativos (1 Pedro 3:18-19). Para os antigos israelitas, esses três lugares compunham a estrutura do universo, moldando suas visões de Deus e do mundo em que habitavam. E, como leitores modernos, essa é a estrutura para que você entenda e interprete melhor as Escrituras, explicitamente com relação à salvação.

Salvação e cosmologia bíblica

Então, como essa cosmologia bíblica se encaixa na história da salvação? Para os antigos leitores das Escrituras, todos os três lugares dessa estrutura universal desempenharam um papel no plano de Deus para a redenção e a salvação. Deus criou um belo mundo. Colocou Seus portadores de imagem dentro dele. Chamou-os para promover o domínio de Seu Reino em todo o resto da Terra. No entanto, o pecado entra na narrativa trazendo a morte. Isso distorce a criação de Deus na Terra e libera o poder das trevas sobre a Terra. Isso prepara o cenário para que Deus entre em Seu mundo criado, na carne, para redimir a humanidade quebrada e pecadora, restaurando-a ao relacionamento correto com Ele. Deus faz isso por meio de Seu Filho Jesus Cristo, que deixa Seu lugar nos céus para entrar no reino terrestre, derrotando o poder do pecado e das trevas por meio de Sua morte na cruz, descendo ao reino dos mortos (Efésios 4:9). Ele é ressuscitado e, mais tarde, ascende à mão direita do Pai.

O Dr. Heiser resume isso em seu livro, Supernatural: What the Bible Teaches about the Unseen World And Why It Matters, quando ele escreve:

Desde o início, Deus quis que sua família humana vivesse com ele em um mundo perfeito – juntamente com a família que ele já tinha no mundo invisível, sua hoste celestial. Essa história – o objetivo de Deus, sua oposição pelos poderes das trevas, seu fracasso e seu futuro sucesso final – é o tema deste livro, assim como é o tema da Bíblia.

Para os leitores antigos, as Escrituras contavam a história da criação, da intenção, da intervenção e da redenção de Deus. É a história do Deus Criador restaurando a beleza e a maravilha do mundo, invadindo-o com Seu reino celestial. E é por meio dessa invasão que os poderes das trevas são dissipados e derrotados para sempre.

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