
Contexto é importante quando se trata de entender textos históricos ou religiosos.
Quando se trata do Novo Testamento, não é diferente. O Novo Testamento da Bíblia foi escrito dentro de uma estrutura cultural e religiosa específica. É uma obra composta em local e época determinados. De modo que, entender seu contexto é chave para interpretá-lo.
Uma das maiores descobertas que traz esclarecimento a essa composição são os Manuscritos do Mar Morto, descobertos nas décadas de 1940 e 1950 perto do Mar Morto. Esses textos, ligados à comunidade de Qumran, fornecem informações valiosas sobre o mundo judaico na época de Jesus e da igreja primitiva.
Dr. Craig A. Evans, em uma entrevista com o Dallas Theological Seminary, explica:
É uma biblioteca que esclarece tanto o judaísmo quanto o cristianismo.
Os Manuscritos do Mar Morto nos fornecem uma grande quantidade de informações e percepções sobre o mundo da Igreja primitiva, a relação entre o judaísmo e o cristianismo e o período do Novo Testamento.

Como os Manuscritos do Mar Morto nos ajudam a entender melhor o Novo Testamento
Os Manuscritos do Mar Morto têm grande impacto em nossa compreensão e interpretação do Novo Testamento.
Fornecimento do contexto histórico e religioso
Os Manuscritos do Mar Morto nos dão uma visão detalhada das crenças e práticas judaicas no século I.
Eles refletem a cosmovisão da comunidade de Qumran. É bem provável que tenha sido uma comunidade de pessoas conhecidas como essênios, que se isolaram da sociedade judaica principal. A comunidade de Qumran era rigorosa em sua interpretação da lei judaica, concentrava-se na pureza ritual e vivia com expectativas apocalípticas.
Esse contexto nos ajuda a entender o ambiente religioso no qual Jesus e os primeiros cristãos viveram.
Os textos de Qumran também revelam que o judaísmo ficou profundamente dividido, com vários grupos debatendo meios de interpretar as Escrituras e viver de acordo com a lei de Deus. Observamos uma tensão religiosa semelhante no Novo Testamento, quando Jesus frequentemente desafia as autoridades religiosas sobre questões da lei e da profecia.
Ao compreender essas divisões, os acadêmicos têm melhores condições de situar Jesus e a igreja primitiva em um contexto adequado.
Como o teólogo N.T. Wright explica em seu livro Jesus and the Victory of God (Jesus e a vitória de Deus):
O surgimento do cristianismo só pode ser compreendido mediante o pano de fundo do judaísmo na época de Jesus. A diversidade de pensamento e prática judaica fornece o contexto no qual os escritores do Novo Testamento faziam suas afirmações sobre Jesus.
Os Manuscritos do Mar Morto nos ajudam a enxergar como o cristianismo primitivo foi moldado pelo cenário religioso judaico mais amplo e como, certas vezes, reagiu a Ele.
Compreensão das variações e interpretações textuais
Os pergaminhos do Mar Morto também nos dão acesso a algumas das cópias de textos bíblicos mais antigas que se conhece.
Esses manuscritos, muitos séculos mais antigos do que o Texto Massorético tradicional, contêm variações significativas de palavras e frases. Tais diferenças são importantes para compreendermos como os escritores do Novo Testamento se envolveram com as Escrituras Hebraicas.
A comunidade de Qumran manteve suas próprias versões de certos livros do Antigo Testamento, que refletem suas interpretações exclusivas das Escrituras. As próprias cópias dos Salmos e dos Profetas geralmente contêm variações do texto hebraico clássico, indicando que várias versões e interpretações das Escrituras coexistiam no século I. E os escritores do Novo Testamento, familiarizados com essas diferentes tradições, frequentemente citavam ou faziam referência às Escrituras de forma a refletir essa diversidade.
Ao compreender essas diferenças textuais, podemos entender melhor como os primeiros cristãos interpretavam as Escrituras e por que certas passagens do Antigo Testamento apontavam para Jesus.
Explorando as expectativas messiânicas e o papel de Jesus
Os Manuscritos do Mar Morto também revelam muito sobre as esperanças messiânicas do judaísmo do século I.
A comunidade de Qumran, como muitos outros grupos judaicos da época, esperava por um Messias. Mas, no caso específico deles, aguardavam por dois Messias. Um que seria uma figura sacerdotal e o outro um rei que estabeleceria o reino de Deus na Terra e traria o julgamento final.
Embora o Novo Testamento não faça referência a dois Messias, reflete as expectativas messiânicas mais amplas da época. Contudo, o retrato de Jesus nos Evangelhos difere bastante dessas expectativas. Em vez de liderar uma revolução política ou militar, Jesus enfatiza a humildade e o amor sacrificial. Essa reinterpretação do papel do Messias era convincente e controversa, ao mesmo tempo.
Os pergaminhos demonstram que não havia uma visão única e consensual do Messias no judaísmo do século I. Isso ajuda a explicar por que a mensagem de Jesus repercutiu em alguns grupos e foi rejeitada por outros. Sua vida e Seus ensinamentos se encaixavam e desafiavam o cenário religioso existente na época.

Entendendo o contexto do Novo Testamento
Os Manuscritos do Mar Morto nos dão uma visão mais clara do judaísmo do século I, ajudando-nos a entender o mundo no qual o Novo Testamento foi escrito. Eles revelam debates religiosos, diferentes tradições das Escrituras e as expectativas que as pessoas tinham em relação ao Messias. Essas percepções nos ajudam a moldar a forma como vemos o cristianismo primitivo.
Ao compreender o contexto revelado pelos Manuscritos do Mar Morto, obtemos uma apreciação mais clara da mensagem do Novo Testamento e do impacto transformador que ele teve em sua época.
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